A performance do atleta está diretamente relacionada com sua dieta e com seu estado de saúde. Várias dietas circulam na mídia, e a Dieta Cetogênica tem ganhado muita popularidade.
Mas essas informações têm embasamento científico ou são meras criações da mídia.
Saiba mais sobre o impacto da Dieta Cetogênica nos Atletas
O que é a dieta cetogênica?
Basicamente, esta dieta é uma dieta pobre em carboidratos, rica em gordura e adequada em proteína. A dieta cetogênica pode ajudar uma pessoa a perder peso e melhorar sua saúde geral, reduzir o açúcar no sangue e estabilizar os níveis de insulina no corpo.
A dieta cetogênica, às vezes chamada de ceto, compartilha algumas semelhanças com a Dieta Atkins ou com a dieta pobre em carboidratos (low-carb). A ideia é que a energia é queimada das gorduras e das proteínas, ao invés dos carboidratos. A redução de carboidratos em sua ingestão nutricional pode colocá-lo em um estado chamado de “cetose”.
Como funciona a dieta cetogênica?
Cetose ocorre quando você consome dietas pobres em carboidratos (menos que 50 gramas) e ricas em proteínas, que por sua vez, faz o seu corpo ficar sem glicose, a qual é usada como combustível.
O corpo não tem outra opção senão começar a quebrar as proteínas e gorduras disponíveis para usar como fonte de energia, criando moléculas conhecidas como corpos cetônicos. Essas cetonas substituem a glicose e são usadas como combustível pelos músculos e pelo cérebro. Este processo pode causar perda de peso.
Impacto na performance esportiva
A Dieta Cetogênica consiste em 75-80% de gorduras + 15% de proteínas e menos de 5% de carboidratos. Dessa forma, a principal substância utilizada para gerar energia, a glicose (proveniente sobretudo dos carboidratos) torna-se depletada muito rapidamente, uma vez que não consumimos.
Em um organismo submetido a atividade física intensa, como o do atleta de endurance, a depleção da glicose faz com que o organismo utilize como fonte de energia não somente a gordura, como também sua massa magra (músculos).
Essa alteração da via metabólica está relacionada com piora da imunidade, fadiga, queda dos níveis de glóbulos vermelhos, maior consumo de oxigênio…enfim, um desarranjo nos mecanismos de recuperação e regeneração do corpo do atleta. Todas estas condições são, sabidamente, impactantes na piora da performance do atleta.
Impacto na saúde cardiovascular
Sendo a dieta basicamente de gorduras, é observado um aumento nas taxas de colesterol total e LDL (colesterol ruim), predispondo a formação de placas nas artérias e ao processo de inflamação crônica. Estas condições são diretamente relacionadas ao desequilíbrio metabólico, como resistência à insulina, diabetes, hipertensão, esteatose hepática e aterosclerose.
Enquanto atenuar o risco cardiovascular é importante para qualquer atleta e é o grande papel do cardiologista, torna-se fundamental alertarmos todos os atletas, sobretudo masters (>35 anos), os quais são um grupo suscetíveis ao maior risco de morbimortalidade cardiovascular com dieta cetogênica que incorpora alto teor de gorduras saturadas e proteínas animais.
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